Muito além de proteger a construção da chuva ou do sol, o telhado é um componente crucial no desempenho térmico, na durabilidade da estrutura e até na valorização do imóvel. Por isso, entender os tipos de telhado disponíveis no mercado é essencial antes de iniciar qualquer reforma ou construção.
Embora a cobertura seja muitas vezes a última etapa da obra, sua definição precisa acontecer já nas fases iniciais do projeto. A forma, o tipo de telha, o grau de inclinação e o sistema de escoamento das águas pluviais influenciam diretamente no custo, no conforto e até na manutenção ao longo dos anos.
“Além de estética, o telhado precisa conversar com o clima da região e com o sistema construtivo adotado. Em áreas de muito calor, por exemplo, coberturas ventiladas fazem toda a diferença”, explica o arquiteto Ricardo Souza, especialista em design passivo e conforto térmico.
Telhado aparente: tradição e personalidade no topo da casa
Um dos modelos mais conhecidos, o telhado aparente é aquele em que toda a estrutura do telhado fica visível do lado externo. Esse tipo valoriza o desenho da casa e permite maior liberdade criativa, já que pode incluir diferentes inclinações, beirais e recortes.

Muito comum em projetos residenciais de estilo clássico, rústico ou contemporâneo com linhas marcantes, o telhado aparente também facilita a ventilação entre a cobertura e o forro — o que ajuda a reduzir a temperatura interna nos dias mais quentes. Ele pode ser executado com telhas cerâmicas, de concreto, metálicas ou ecológicas, a depender do estilo desejado.
Telhado embutido: minimalismo e linhas retas na fachada
Na contramão do modelo anterior, o telhado embutido é aquele “escondido” atrás de platibandas — aquelas paredes mais altas que cercam a parte superior da construção. Esse tipo de cobertura é bastante usado em projetos de arquitetura moderna e minimalista, principalmente em residências térreas ou sobrados com fachada limpa.

A escolha por esse modelo permite destacar volumes arquitetônicos e criar uma estética mais contemporânea. No entanto, exige um bom projeto de drenagem de água da chuva, já que não há inclinação visível para facilitar o escoamento.
“Esse tipo de telhado precisa de um bom sistema de calhas internas, com inclinação calculada e manutenção constante. Senão, vira um problema recorrente de infiltração”, alerta a engenheira civil Juliana Andrade, que atua com consultoria em patologias da construção.
Telhado de duas águas: o equilíbrio entre eficiência e estética
O telhado de duas águas é formado por duas superfícies inclinadas que se encontram no topo da construção, criando um vértice central. É um dos modelos mais funcionais e utilizados no Brasil, tanto em áreas urbanas quanto rurais.

Além de oferecer um escoamento natural da água da chuva, sua estrutura é mais simples e econômica. Também permite a criação de sótãos ou forros ventilados que melhoram o conforto térmico. E como se adapta bem a telhas cerâmicas, de fibrocimento ou metálicas, é uma solução versátil para diferentes estilos arquitetônicos.
Telhado de quatro águas: proteção total e elegância nas fachadas
Quando o projeto exige uma cobertura mais robusta e elegante, o telhado de quatro águas é a escolha ideal. Ele é formado por quatro planos inclinados que se encontram em uma cumeeira central. Essa configuração garante um ótimo escoamento de água e protege a edificação contra ventos fortes de diferentes direções.

Apesar de demandar mais mão de obra e ter custo mais elevado, esse modelo compensa pela eficiência estrutural e pelo apelo estético. É comum em casas com planta quadrada ou retangular e oferece possibilidades interessantes para o uso de beirais largos, o que melhora o sombreamento das paredes externas.
Telhados verdes e sustentáveis ganham espaço nas cidades
Com o crescimento das cidades e a necessidade de construções mais sustentáveis, os telhados verdes e telhados ecológicos vêm ganhando destaque. Além de reduzir a temperatura interna, essas soluções contribuem para o conforto ambiental da região, ajudam na retenção da água da chuva e criam áreas verdes adicionais.

Embora exijam impermeabilização criteriosa, sistema de drenagem e manutenção periódica, são alternativas interessantes para projetos que priorizam eficiência energética e qualidade ambiental.
“Os telhados verdes são aliados da arquitetura sustentável e melhoram significativamente o microclima urbano. Mas devem ser dimensionados desde o início da obra para evitar sobrecarga estrutural”, ressalta a arquiteta Juliana Andrade.
O impacto das telhas na estética e no conforto da casa
Independentemente do tipo de cobertura, a escolha do modelo de telha também influencia diretamente no resultado final. Telhas cerâmicas oferecem conforto térmico e visual clássico; as de concreto são resistentes e modernas; já as metálicas e de fibrocimento são opções mais econômicas e leves, embora exijam soluções térmicas adicionais.
Além disso, novas tecnologias permitem a aplicação de telhas termoacústicas, telhas translúcidas e até opções solares, que integram geração de energia à cobertura do imóvel.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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