A beleza do crisântemo vai muito além das pétalas em tons vibrantes e do formato que atrai olhares. No Brasil, essa flor de origem asiática carrega um título curioso: é conhecida em algumas regiões como planta monsenhor. A alcunha, embora incomum para uma flor, se justifica pela sua presença constante em rituais religiosos, velórios, missas e homenagens fúnebres.
Segundo o arquiteto e urbanista Fábio Assef, que atua com projetos paisagísticos na Amazônia, o apelido tem raízes culturais e regionais. “No norte, a flor é mais conhecida como monsenhor, porque é muito usada em ocasiões religiosas, como arranjos de igrejas, velórios e coroas de flores”, explica. A associação entre a flor e os ritos solenes a tornou sinônimo de reverência, principalmente em cerimônias católicas.
O título “monsenhor” é tradicionalmente conferido a padres que se destacam por seus serviços à Igreja. Com isso, a ligação simbólica entre a flor e a figura religiosa reforça a imagem do crisântemo como uma flor sagrada, respeitável e associada a momentos de contemplação e despedida. A paisagista Luciana Bacheschi, do escritório Jardineiro Fiel, complementa: “O crisântemo tem um ar mais solene, usado em velórios e datas religiosas, por isso o ligaram à figura do monsenhor, e ela virou uma flor respeitada, quase sagrada”.
De tradição religiosa à decoração contemporânea
A reverência ao crisântemo não se limita ao Brasil. Em diferentes culturas, a flor carrega significados profundos. No Japão, por exemplo, ela representa a longevidade e é celebrada em festivais. Já no México, se tornou símbolo da imortalidade, sendo presença marcante nas homenagens do Día de los Muertos. Essa pluralidade de significados ajudou a consolidar a imagem do crisântemo como uma flor de presença forte, ligada à espiritualidade e à passagem do tempo.
No entanto, a flor também encontrou espaço nos arranjos decorativos contemporâneos, ganhando destaque pela sua diversidade de cores e formas. Com flores que vão do branco puro ao amarelo intenso, do roxo ao vermelho profundo, o crisântemo é uma escolha versátil para compor arranjos de mesa, buquês ou mesmo dar vida a vasos posicionados em pontos estratégicos da casa.
Como cultivar o crisântemo em casa e garantir sua beleza
Além do simbolismo, o crisântemo conquista pela facilidade de cultivo. Trata-se de uma flor resistente, ideal para quem deseja levar um toque de cor e tradição para o jardim ou o interior da casa. Para crescer bem, ela precisa de solo fértil, bem drenado e com pH entre 6 e 7, além de um ambiente com boa luminosidade indireta.
Atenção, porém, ao sol em excesso, que pode queimar as flores. A orientação é deixá-la próxima a janelas bem iluminadas e manter o ambiente entre 15 °C e 25 °C. Segundo a paisagista Mônica Costa, o crisântemo é uma excelente escolha para jardins domésticos ou varandas: “Considero o crisântemo uma boa alternativa para cultivar no jardim, ou colocar em vasos na hora de decorar a casa”, indica.
A rega deve ser feita com regularidade, mantendo o solo úmido, mas sem encharcar. Adubações mensais e podas após a floração são práticas recomendadas para estimular novas brotações. Mesmo após o corte, o crisântemo se mantém bonito por muitos dias, o que o torna também uma das flores de corte mais apreciadas no comércio floral.
Um cuidado extra: atenção aos pets
Embora seja bela e simbólica, a planta exige um alerta importante: o crisântemo é tóxico para animais de estimação, como cães e gatos, especialmente se ingerido em grandes quantidades. Isso significa que o local de cultivo deve ser planejado com atenção, especialmente se há bichos em casa. O contato direto não é perigoso, mas a ingestão pode provocar sintomas como vômito ou diarreia nos animais.