A decoração com pedras nunca saiu de cena, mas nos últimos anos, uma em especial voltou com força total aos holofotes: a parede de canjiquinha. Com textura marcante e aspecto rústico sofisticado, esse tipo de revestimento em pedra é cada vez mais visto em salas de estar, áreas gourmet, halls de entrada e fachadas residenciais.
Mais do que um elemento estético, a canjiquinha carrega tradição, versatilidade e charme atemporal — capaz de se adaptar tanto a composições clássicas quanto a projetos modernos.
Origem e características da pedra canjiquinha
A canjiquinha, também conhecida como pedra filetada, é obtida da fragmentação em tiras finas de rochas naturais, como quartzito, arenito ou gnaisse. Essa técnica artesanal surgiu como forma de aproveitar sobras da mineração, mas rapidamente conquistou espaço próprio no design de interiores e exteriores. Com espessuras que variam entre 2 a 5 cm, o revestimento é aplicado sobre a parede de forma irregular e sobreposta, criando uma composição visual rica em texturas e profundidade.

Para a arquiteta Luciana Moraes, especialista em revestimentos naturais, “a canjiquinha tem um apelo visual muito forte, por isso é importante pensar bem onde usá-la. Ela funciona quase como uma obra de arte fixa na parede, e, quando bem iluminada, valoriza ainda mais a ambientação.”
A origem rústica da pedra contrasta com sua aplicação cada vez mais refinada. A diversidade de tonalidades — que vai do branco ao dourado, passando por nuances acinzentadas e esverdeadas — permite que ela se encaixe em diversas propostas visuais, do minimalismo escandinavo ao calor do boho chic brasileiro.
Versatilidade para interiores e exteriores
Entre os principais atrativos da parede de canjiquinha está a sua versatilidade. Em áreas externas, como muros, fachadas e varandas, ela se destaca por sua resistência às intempéries e pela capacidade de criar um visual acolhedor logo na chegada. Já em ambientes internos, o uso mais comum é em paredes de destaque — atrás do sofá na sala de estar, em painéis da TV ou compondo o fundo de lareiras e aparadores. A textura tridimensional cria pontos focais que tornam qualquer ambiente mais interessante, mesmo com mobiliário neutro.

A iluminação, aliás, desempenha papel essencial nesse tipo de composição. Spots direcionais ou luminárias de trilho ajudam a ressaltar o relevo da pedra, criando sombras que transformam a percepção do espaço ao longo do dia. Segundo o designer de interiores Pedro Lisboa, “a canjiquinha é uma aliada poderosa para quebrar a monotonia das superfícies lisas. Ela traz aconchego visual e sensorial, além de se harmonizar muito bem com materiais como madeira, concreto aparente e fibras naturais.”
Dicas para compor com equilíbrio
Apesar de visualmente impactante, a parede de canjiquinha exige atenção na hora de ser inserida no projeto. O excesso pode sobrecarregar a decoração e tirar o foco do conjunto. Por isso, a dica é eleger uma ou duas superfícies principais para receber o revestimento, equilibrando com cores neutras e mobiliário de linhas simples.

O ideal é evitar competir com texturas igualmente intensas. Em salas com sofás de linho ou couro, tapetes felpudos e luminárias esculturais, por exemplo, a pedra entra como uma moldura elegante e não como protagonista absoluta. Já em varandas gourmet, o revestimento pode ser usado com mais liberdade, compondo com bancadas em granito, móveis em madeira natural e plantas tropicais.
A manutenção da canjiquinha também é simples. Uma escova macia e sabão neutro são suficientes para a limpeza periódica. Para ambientes internos, recomenda-se aplicação de impermeabilizante após a instalação, o que facilita a remoção de poeira e manchas sem comprometer a aparência natural da pedra.
Tendência que atravessa estilos
O que torna a canjiquinha tão especial é justamente sua capacidade de transitar entre o rústico e o contemporâneo com naturalidade. Ela remete às casas de campo e às construções históricas, mas ao mesmo tempo conversa com o desejo atual por materiais autênticos, táteis e conectados com a natureza. Em tempos de busca por ambientes mais humanos e acolhedores, sua presença reforça o senso de lar.
Seja como pano de fundo para uma sala integrada, destaque em uma cozinha moderna ou revestimento em uma área de lazer com piscina, a parede de canjiquinha segue como símbolo de bom gosto e conexão com a matéria-prima natural. Ao apostar nessa escolha, o morador não apenas valoriza o imóvel, mas imprime personalidade e beleza atemporal à sua decoração.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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