No coração do Vale do Ribeira, o encontro entre a agricultura e o artesanato tem revelado uma nova forma de desenvolvimento regional. No dia 21 de outubro, o Sebrae/SP, em parceria com o Sindicato Rural, a Faesp/Senar e o Sesc Registro, realiza o 2º Seminário de Artesanato e Trabalhos Manuais, um evento gratuito que pretende reforçar o elo entre o cultivo da terra e a criação artística. A proposta é simples e potente: mostrar que os produtos agrícolas podem ir além do alimento, tornando-se inspiração, matéria-prima e identidade cultural.
Durante o seminário, produtores rurais e artesãos terão a oportunidade de compartilhar experiências e compreender como a diversidade agrícola da região — conhecida por suas bananais, plantações de chá e produtos orgânicos — pode ser traduzida em novas formas de arte. A ideia é valorizar o território e, ao mesmo tempo, gerar diferenciais competitivos para quem vive da produção manual.
Campo fértil para a economia criativa
Mais do que um encontro de capacitação, o evento propõe uma reflexão sobre o papel do artesanato como motor econômico. A região do Vale do Ribeira, rica em cultura e biodiversidade, desponta como um exemplo de como o campo pode se integrar à economia criativa. O Sebrae/SP aposta nesse diálogo para impulsionar pequenos empreendedores e fortalecer o turismo local, transformando o artesanato em símbolo de identidade e geração de renda.
Segundo Carlos Alberto Pereira Júnior, analista de negócios do Sebrae/SP, a programação do seminário foi pensada para “ampliar o olhar sobre o uso dos produtos agrícolas como fonte de inspiração e de inovação”. O especialista destaca ainda que a agenda contempla debates sobre projetos estratégicos para o fortalecimento do setor, além de oficinas que abordam temas como venda de cursos online, parcerias com a moda autoral e novas formas de comercialização.
O artesanato como expressão da terra
Entre as palestras programadas, o destaque é a apresentação de Camila Bacci Teixeira, instrutora de turismo rural do Senar, com o tema “Produtos agrícolas regionais como inspiração e oportunidade para o artesanato”. A profissional pretende demonstrar como o cultivo local pode se transformar em arte sustentável, capaz de representar o estilo de vida e a riqueza natural do Vale do Ribeira.
Para além da técnica, a proposta é resgatar a identidade cultural das comunidades que vivem do campo e aproximá-las do universo do design artesanal. “O que o seminário propõe é o reconhecimento de que o fazer manual nasce da mesma terra que alimenta. O artesanato é, antes de tudo, um modo de perpetuar a história e o conhecimento do território”, observa Camila.