Casa sustentável feita de madeiras raras é desmontada em Minas e reconstruída na Bahia

Veja como uma casa colonial foi transportada de Minas Gerais para Trancoso, mantendo o compromisso com a sustentabilidade e preservação da Mata Atlântica

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No coração da preservada Mata Atlântica, na Praia de Itapororoca, Bahia, uma casa colonial de madeiras raras se destaca. Cercada por espécies nativas como o almíscar e a murta-do-mato, a construção cria um ambiente harmonioso com a natureza local. Esse projeto faz parte de uma iniciativa de turismo sustentável e regenerativo que está transformando a maneira como construímos e preservamos.

A casa, agora parte do complexo Uxua Maré, no Uxua Casa Hotel & Spa, foi trazida de Minas Gerais, onde foi desmontada e cuidadosamente reconstruída no sul da Bahia. A ideia surgiu no contexto da pandemia, um momento de incertezas que motivou o holandês Wilbert Das e seu sócio americano Bob Shevlin a buscar novas formas de reimaginar o turismo em harmonia com o meio ambiente.

Uma casa com história e propósito

“Se não fosse a pandemia, talvez nem tivéssemos comprado o terreno”, reflete Wilbert Das, comentando sobre a decisão de adquirir a propriedade em setembro de 2020. A área de seis hectares é composta por clareiras e muita vegetação preservada, oferecendo o cenário ideal para o desenvolvimento do projeto, que envolve a construção de três cabanas ecológicas.

Segundo o arquiteto Ricardo Pereira, especializado em construções sustentáveis, “Projetos como esse são essenciais para trazer visibilidade à importância de usar matérias-primas reaproveitadas e garantir a sustentabilidade sem comprometer o design.” A utilização de madeiras resgatadas não só preserva a história da casa original, mas também reduz o impacto ambiental, fortalecendo o compromisso com a preservação.

Reciclagem em um novo nível

Uma das principais características deste projeto é o reaproveitamento extremo das estruturas antigas. O conjunto de hospedagens foi construído com matérias-primas resgatadas de uma casa que foi demolida em Minas Gerais. Bob Shevlin, sócio de Wilbert, reforça que essa prática eleva a reciclagem a um patamar único: “Wilbert levou a ideia de reciclagem ao extremo ao transportar uma estrutura de um local pouco conhecido para Trancoso, um destino desejado por muitos.”

O uso de madeiras raras e recicladas não é apenas uma escolha estética, mas também uma decisão consciente para reduzir o impacto ambiental e criar espaços que integram perfeitamente com o ambiente natural. Essa abordagem combina a preservação da história arquitetônica com práticas de turismo ecológico.

Um refúgio sustentável cercado por natureza

A localização do Uxua Maré, a cerca de 50 minutos a pé do centro de Trancoso, é envolvida por uma natureza intocada. A construção das cabanas foi pensada para causar o mínimo impacto ambiental possível, com respeito total à vegetação e ao ecossistema local. A área escolhida oferece tranquilidade e proximidade com a biodiversidade, tornando-se um refúgio natural.

A arquiteta Clara Alves, especializada em design ecológico, destaca a importância de projetos como esse para o futuro do turismo: “Eles mostram que é possível criar experiências exclusivas sem desrespeitar o ambiente. Cada detalhe da construção prioriza a harmonia com a natureza, proporcionando uma experiência única e consciente para os visitantes.”

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