Com a popularização da fritadeira elétrica sem óleo, o eletrodoméstico virou um dos queridinhos da cozinha brasileira. Mas como todo aparelho eletrônico, ela também está sujeita a falhas — e uma das mais temidas é a famosa queima. A dúvida que surge quase de imediato é: quando a air fryer queima, tem conserto?
A resposta não é tão simples. Tudo depende do tipo de dano, da disponibilidade de peças e do custo da manutenção. Antes de decidir por jogar fora ou comprar um novo modelo, é importante fazer uma análise técnica. “Em muitos casos, o problema é pontual e reparável, principalmente se a resistência ou o termostato estiverem envolvidos”, afirma Tiago Ferraz, técnico especializado em eletroportáteis da Assistência HomeTech, em São Paulo.
Quais são as partes que mais queimam em uma air fryer?
Diferente de um forno convencional, a air fryer opera com um sistema de circulação de ar quente intenso e constante. Por isso, seus componentes internos estão sempre sob alta carga térmica. Segundo Tiago, os principais vilões das panes são o cabo de alimentação, o sensor de temperatura, o fusível térmico e a resistência — sendo esta última a peça que gera o calor necessário para o cozimento dos alimentos.

Quando um desses elementos queima, o aparelho pode parar de funcionar ou apresentar sinais como cheiro de queimado, queda repentina de energia, fumaça e superaquecimento anormal. Em alguns casos, a carcaça externa também esquenta demais, o que pode indicar falha no sistema de ventilação interna.
A boa notícia é que, se identificados logo no início, esses problemas têm reparo. “Trocar um fusível ou um cabo derretido custa bem menos do que comprar outro aparelho. O erro comum é achar que, ao parar de funcionar, a air fryer já era”, pontua Juliana Monteiro, engenheira eletricista e consultora técnica da Associação Brasileira de Manutenção Predial (ABRAMAN).
Quando vale a pena consertar uma air fryer?
De modo geral, o conserto compensa se o valor da manutenção for inferior a 40% do preço de um novo modelo equivalente. Isso inclui o custo da peça e da mão de obra especializada. Também é preciso considerar o tempo de uso do equipamento. Se a fritadeira já tiver mais de três anos e apresentar falhas recorrentes, talvez seja hora de aposentá-la.
Contudo, aparelhos com menos de dois anos de uso e que passaram por panes simples (como curto no plugue ou fusível queimado) têm alto índice de recuperação. Juliana lembra que usar filtros de linha com proteção contra surtos elétricos pode evitar esses danos, especialmente em regiões onde a rede de energia oscila muito.
Outro ponto importante é verificar se o aparelho ainda está na garantia. Marcas como Philips Walita, Britânia, Mondial e Electrolux costumam oferecer de 12 a 24 meses de cobertura. Nesses casos, abrir a air fryer fora da rede autorizada pode anular o direito ao reparo gratuito.
Existe risco em continuar usando uma air fryer danificada?
Sim, e esse é um ponto que não pode ser ignorado. O uso contínuo de uma air fryer que apresenta sinais de queima pode representar riscos de curto-circuito, superaquecimento e até princípios de incêndio.

Tiago alerta que “se o cheiro de queimado persiste ou se há qualquer sinal de faísca, o ideal é desligar da tomada e não tentar religar o equipamento antes de uma avaliação técnica”. Isso se aplica inclusive para casos em que a fritadeira ainda parece funcionar parcialmente. Por trás do aparente funcionamento, pode haver um problema grave em desenvolvimento.
Manutenção preventiva ajuda a evitar que a air fryer queime
Para preservar a vida útil da fritadeira elétrica, alguns cuidados são essenciais: evitar lavagens excessivas nas partes sensíveis, não sobrecarregar o cesto com alimentos além da capacidade indicada, e respeitar os tempos de uso contínuo recomendados no manual do fabricante.
“A falta de limpeza do compartimento interno, especialmente da ventoinha e da resistência, pode provocar acúmulo de gordura carbonizada, o que favorece curtos e mau funcionamento”, explica Juliana.
Manter o aparelho longe de fontes de calor, como fogões ou janelas com sol direto, também é uma recomendação importante. Temperaturas externas elevadas, somadas ao calor interno da fritadeira, podem sobrecarregar os sensores e fusíveis.
Vale a pena consertar ou é melhor investir em uma nova?
O veredito final vai depender de uma avaliação técnica qualificada. Em geral, fritadeiras elétricas que sofreram danos localizados, sem comprometimento da placa eletrônica principal, são boas candidatas à manutenção. Por outro lado, se houver danos estruturais, como derretimento da carcaça ou curto na placa-mãe, o custo e a segurança do reparo não compensam.
“O consumidor precisa avaliar caso a caso, mas sempre com ajuda profissional. E mais importante: nunca tentar abrir e consertar sozinho”, conclui Tiago.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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