A coloração vibrante e as folhas aveludadas com tons arroxeados e prateados fazem do lambari roxo uma das plantas mais populares em jardins, varandas e interiores. Além da beleza exótica, seu crescimento rápido e a baixa exigência de cuidados tornaram a Tradescantia zebrina — seu nome científico — uma favorita entre iniciantes e colecionadores. Mas por trás do charme visual, uma dúvida ronda muitos cultivadores: a planta lambari roxo tem veneno?
A resposta é: sim, a planta apresenta elementos tóxicos — mas a extensão do risco depende do tipo de contato e da sensibilidade de quem convive com ela. De acordo com a bióloga e pesquisadora Marília Thiesen, especialista em plantas ornamentais, a toxicidade do lambari roxo está relacionada a uma substância presente na seiva que pode causar irritações cutâneas e reações alérgicas. “Não se trata de uma planta mortal, mas a exposição direta à seiva pode provocar coceiras ou inflamações em peles mais sensíveis, principalmente durante a poda ou manipulação”, explica.
Tóxica, mas não perigosa: o que saber antes de cultivar o lambari roxo
A Tradescantia zebrina não é considerada uma planta letal, tampouco representa alto risco à saúde humana. Contudo, o cuidado deve ser redobrado em ambientes com crianças pequenas ou animais de estimação, que podem morder ou mastigar as folhas por curiosidade. A ingestão pode causar sintomas gastrointestinais leves, como salivação excessiva, vômitos ou diarreia — especialmente em gatos, segundo a veterinária clínica Caroline Behr, que atua na área de toxicologia animal.

“A mucosa oral e gastrointestinal de cães e gatos é bastante sensível à composição da seiva dessa planta. Em casos de ingestão acidental, o ideal é observar os sinais clínicos e, se necessário, procurar um veterinário”, alerta.
Portanto, embora o lambari roxo não seja um veneno perigoso em si, é uma planta tóxica, sim, e exige precauções básicas no manuseio e na escolha do local onde será cultivada. Em áreas acessíveis a crianças ou animais, é recomendável usar suportes elevados ou mantê-la em jardins suspensos, o que, aliás, valoriza ainda mais seu aspecto pendente e ornamental.
Como evitar problemas com o lambari roxo no dia a dia
Quem gosta de mexer com jardinagem sabe que o contato com plantas pode ser prazeroso — mas também exige atenção. Ao cuidar do lambari roxo, o uso de luvas de proteção é uma atitude simples que evita o contato direto com a seiva, especialmente durante podas ou replantio. Além disso, ao perceber folhas quebradas ou secreções, o ideal é limpar a planta com um pano úmido e evitar o toque direto nos olhos ou boca em seguida.

Outro ponto importante é a ventilação do ambiente. Por ser uma planta de sombra ou meia-sombra, o lambari roxo se adapta bem a espaços internos, como salas e halls. No entanto, deixar as janelas abertas ajuda a dispersar os compostos naturais liberados por algumas espécies, minimizando qualquer potencial irritação respiratória — algo raro, mas possível em pessoas mais sensíveis.
A bióloga Marília Thiesen ainda destaca o valor ornamental do lambari roxo, mesmo com sua toxicidade. “É uma planta excelente para quem busca criar contraste em composições tropicais ou preencher vasos pendentes. Desde que se tenha consciência sobre seus cuidados, ela é uma ótima escolha”, afirma.
Vale a pena cultivar o lambari roxo?
Com tantas qualidades estéticas e facilidade no cultivo, o lambari roxo segue sendo uma planta muito recomendada para decorar varandas, sacadas, jardins verticais e até lavabos iluminados. A chave está no equilíbrio entre segurança e estética: entendendo que se trata de uma espécie levemente tóxica, mas não perigosa, é possível aproveitar seus encantos com responsabilidade.
Além disso, o lambari é resistente, se desenvolve bem em vasos, floreiras ou canteiros e ainda pode ser multiplicado facilmente por estaquia — o que torna seu uso ainda mais vantajoso em projetos de paisagismo.
Como destaca a veterinária Caroline Behr, “a informação é a melhor forma de convivência saudável entre plantas e pets. Saber os riscos e agir com prevenção evita sustos e mantém o ambiente bonito e seguro.”

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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