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Arquitetura Hostil: o Desenho das Cidades que Exclui em Silêncio

Como o urbanismo vem sendo usado para afastar pessoas em situação de vulnerabilidade e reforçar desigualdades sociais nas cidades brasileiras

by Cláudio Filla
14 de outubro de 2025
in Arquitetura
Arquitetura Hostil: o Desenho das Cidades que Exclui em Silêncio
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As cidades sempre contaram histórias. Mas, nos últimos anos, o desenho urbano passou a contar uma narrativa mais silenciosa — e muitas vezes cruel. A chamada arquitetura hostil é uma prática que, embora disfarçada de organização estética ou funcionalidade, tem o objetivo claro de expulsar, inibir ou controlar determinados grupos sociais nos espaços públicos.

De encostos inclinados em bancos de praças a estruturas pontiagudas embaixo de viadutos, o ambiente urbano está sendo moldado para dizer, sem palavras: “você não é bem-vindo aqui”.

O que é arquitetura hostil e por que ela é preocupante?

A arquitetura hostil, também chamada de “arquitetura defensiva” ou “arquitetura excludente”, refere-se ao uso intencional de elementos urbanos para restringir o acesso ou permanência de pessoas indesejadas em determinados espaços. Geralmente, esses “indesejados” são pessoas em situação de rua, jovens periféricos, skatistas, ciclistas ou qualquer grupo que não se encaixa no ideal normativo de quem deve ocupar o centro das cidades.

Arquitetura Hostil: o Desenho das Cidades que Exclui em Silêncio

O arquiteto e urbanista Pedro Fiori Arantes, professor da Unifesp e pesquisador de políticas públicas e moradia, afirma que essa estratégia traduz uma “lógica de higienização urbana”. Para ele, “há uma tentativa constante de manter a cidade ‘limpa’ para o consumo, para o turismo, mas invisibilizando os sujeitos que estão à margem da lógica mercadológica dos centros urbanos”.

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Na paisagem urbana brasileira, a hostilidade raramente se apresenta de forma explícita. Ao contrário: ela se mascara de design moderno, segurança ou conservação. Bancos públicos com divisórias no meio impedem que alguém se deite; calçadas com pedras irregulares afastam skatistas; grades pontiagudas sob marquises impedem que pessoas se abriguem da chuva. São estratégias duras com os corpos, mas suaves com os olhos.

A professora Carolina Valansi, aponta que o desenho da cidade revela quem ela quer acolher. “Quando se instala um banco desconfortável, não é só uma escolha estética: é uma mensagem. A arquitetura tem linguagem, e muitas vezes essa linguagem é de negação”, pontua.

Direito à cidade e o apagamento da coletividade

A discussão sobre arquitetura hostil não é apenas estética ou funcional — ela toca diretamente no conceito de direito à cidade, proposto pelo filósofo Henri Lefebvre. O direito à cidade inclui o acesso, o pertencimento e a possibilidade de participar plenamente da vida urbana. Quando certos corpos são afastados, a cidade perde sua pluralidade, e o espaço público se torna um ambiente de controle e exclusão.

O problema se agrava porque esse tipo de arquitetura raramente é debatido com a sociedade. As decisões são tomadas por empresas privadas ou por gestores públicos que, muitas vezes, preferem eliminar o “problema visual” do que encarar questões estruturais como moradia, acolhimento ou políticas sociais.

Entre segurança e exclusão: onde está o equilíbrio?

Defensores da arquitetura defensiva argumentam que ela ajuda a reduzir comportamentos considerados indesejados, como vandalismo ou consumo de drogas. Mas a linha entre segurança e exclusão é tênue — e, muitas vezes, ultrapassada sem debate. Ao invés de soluções humanas, o que se oferece é um urbanismo punitivo, que criminaliza a existência de corpos fora do padrão.

Arquitetura Hostil: o Desenho das Cidades que Exclui em Silêncio

“É mais fácil colocar pedras embaixo de um viaduto do que investir em moradia popular”, critica Pedro Arantes. “Mas esse tipo de resposta não resolve nada. Só empurra o problema para o próximo quarteirão.”

Um convite à empatia e ao planejamento urbano mais inclusivo

A arquitetura tem o poder de acolher, proteger e integrar. Mas, quando usada de forma hostil, ela também é capaz de excluir, repelir e reforçar desigualdades. Para reverter esse quadro, é urgente que o urbanismo deixe de ser uma ferramenta de exclusão e passe a dialogar com as demandas reais da população.

Arquitetos, designers e gestores públicos precisam reconhecer que cada banco, cada calçada, cada marquise carrega um discurso. E que o espaço urbano deve refletir não só uma estética idealizada, mas também a complexidade e diversidade de quem o habita.

Como lembra Carolina Valansi, “uma cidade boa é aquela que abraça seus moradores — todos eles, sem exceção”.

  • Arquitetura Hostil: o Desenho das Cidades que Exclui em Silêncio
    Cláudio Filla

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes. E-mail: [email protected]

  • Pedro Fiori Arantes

    Pedro Fiori Arantes é arquiteto, urbanista, professor, pesquisador e autor, reconhecido por suas reflexões sobre planejamento urbano, arquitetura contemporânea e movimentos sociais. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, onde também concluiu seu mestrado e doutorado, é professor do Departamento de História da Arte na Unifesp. Sua pesquisa explora temas como a arquitetura na era digital-financeira e a política urbana na América Latina. Além da atuação acadêmica, foi coordenador da entidade civil Usina, que trabalha em parceria com movimentos de moradia. Autor de livros como Arquitetura Nova (2002) e coautor de 8/1: A rebelião dos manés, Arantes combina produção intelectual com militância, destacando-se pela análise crítica da realidade social e política

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