As estampas transformam os ambientes: uma almofada colorida, um tapete vibrante ou um papel de parede marcante entregam outros ares. Mas, como qualquer recurso da arquitetura de interiores, o uso em demasia pode causar descontentamento para o morador.
As arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, à frente da Dantas & Passos Arquitetura, acreditam que o segredo está na forma de aplicar e combinar os padrões. Segundo elas, praticamente todos os ambientes da casa aceitam estampas, desde que sejam integradas de maneira coerente.
Começando sem medo

Decerto que muitas pessoas evitam as estampas pelo medo de ficarem chamativas demais e de enjoar. Para Paula Passos, elas não devem ser deixadas de lado e uma estratégia segura é começar por acessórios pequenos como almofadas, mantas ou toalhas de mesa em apenas um dos cômodos da casa.
“Assim como outras questões na vida, o caminho gradual é a melhor maneira de ganhar confiança no emprego delas. Uma estampa forte, acompanhada de elementos neutros, pode ser o primeiro passo e, aos poucos, é possível adicionar novas camadas com mais confiança”, analisa a profissional.
Todavia, se mesmo assim o receio persistir, ela sugere começar por cores e padrões em tons já presentes na paleta do ambiente, o que facilita a adaptação visual. Para quem prefere uma dose extra de segurança, recorrer aos 3D renderizadas auxiliam na compreensão de como as estampas se comportarão.
Principal aliado das estampas: tapetes
Entre os itens mais práticos para introduzir com estampas estão os tapetes, pois permitem ousadia sem um compromisso definitivo. Danielle Dantas pontua que um bom modelo estampado pode se configurar ponto focal do espaço, enquanto as almofadas incrementam com camadas visuais.

Já para quem ama entrar de cabeça nas tendências, a arquiteta sinaliza a possibilidade de estampas nos móveis, como sofás e poltronas; nas paredes, com papéis de parede ou personalizadas com tintas; e nos objetos de decoração, como quadros, esculturas, etc.

Para evitar exageros, a dupla recomenda definir apenas uma estampa dominante, ou seja, se o tapete for o protagonista, as almofadas podem ser mais discretas, com padrões menores, de tecidos lisos ou texturas neutras como linho, veludo ou bouclé, que suavizam o impacto do conjunto.
“O importante é limitar os tipos, coordenar as cores e pensar sempre em um ponto de destaque no ambiente”, ressalta Danielle.
Equilíbrio

O maior desafio é, sem dúvidas, encontrar a dosagem entre o excesso e a sobriedade. Para isso, as arquitetas sugerem aplicar a regra dos 30 a 70%: até um terço do ambiente pode ter estampas, enquanto o restante deve servir de respiro com cores lisas e neutras.
“Distribuir a sensação visual pelo ambiente ajuda nesse balanceamento. Camadas de estampas em tapetes, móveis e objetos criam profundidade, mas não é preciso que todas sejam fortes. A iluminação adequada ainda robustece a leitura correta das cores e texturas”, indica Paula.
Outro truque é variar as proporções com padrões grandes no tapete, médios em cortinas e pequenos em almofadas, sempre dentro de uma mesma gama de cores. A iluminação também desempenha papel fundamental, já que luz insuficiente ou mal direcionada pode intensificar estampas e distorcer cores.
Os diferentes tipos de estampas
· Geométricas: com listras, triângulos, chevrons e degradês, são ideais para salas, cozinhas e escritórios;
· Florais e botânicas: remetem ao romantismo e ao clima tropical e funcionam bem em quartos, varandas e salas mais acolhedoras;
· Animal print: fortes e marcantes, devem ser usados em doses pontuais e boas pedidas são os hall de entrada e lavabos;
· Étnicas e tribais: remetem a padrões africanos ou indígenas e se harmonizam bem com peças artesanais e ambientes rústicos;
· Clássicas: arabescos, gregas e outros padrões tradicionais reforçam a sofisticação de ambientes formais;
· Minimalistas: de padrões sutis, em tons sobre tons ou contrastes suaves, se alinham com espaços pequenos.

“Existem uma infinidade de estampas, mas além do design temos também materialidade: o tecido, o relevo, o brilho e até o toque influenciam no impacto final”, pontuam Danielle Dantas e Paula Passos.
Dica final para não errar

Apesar da liberdade criativa, alguns cuidados são fundamentais, uma vez que o excesso de estampas fortes gera cansaço visual, assim como em escalas inadequadas com desenhos muito grandes em espaços pequenos, também comprometem a elegância.
Outra falha é ignorar o contexto arquitetônico, já que pisos, revestimentos e iluminação interferem diretamente no resultado. Além disso, seguir apenas tendências sem considerar o gosto pessoal pode gerar arrependimento.
Sobre a Dantas & Passos Arquitetura
A Dantas & Passos Arquitetura desenvolve projetos de arquitetura e design de interiores para os segmentos residencial e comercial. Atuando no mercado desde 1996, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos valorizam os projetos que os clientes possam realmente aproveitá-los. Cores neutras e atemporais fazem parte da essência da dupla, que tem um vasto portfólio nas cidades de São Paulo, interior e Miami. “Buscamos sempre pensar em soluções exclusivas e feitas sob medida para cada cliente, sempre respeitando os sonhos de cada um. Participamos pessoalmente de todas as etapas do projeto, desde a criação até os objetos de decoração.”
Dantas & Passos Arquitetura
@dantaspassos.arquitetura
Tel. e WhatsApp: (11) 99366-9690 (Danielle Dantas)
Tel. e WhatsApp: (11) 98339-9096 (Paula Passos)