Com a crescente demanda por materiais mais sustentáveis e de alto desempenho, a arquitetura brasileira tem buscado soluções que aliem tecnologia, estética e menor impacto ambiental. Nesse cenário, a madeira engenheirada desponta como uma das alternativas mais promissoras da construção civil.
Usada em projetos inovadores ao redor do mundo, ela chega com força também no Brasil, marcando presença em construções públicas, como o novo Planetário do Parque da Ciência Newton Freire Maia, em Pinhais (PR), que promete ser referência de modernidade e consciência ambiental.
O que é madeira engenheirada?
Ao contrário da madeira maciça tradicional, a madeira engenheirada é composta por peças ou lâminas de madeira coladas entre si com alta precisão técnica, formando painéis estruturais extremamente resistentes, leves e duráveis. Entre os tipos mais comuns estão o CLT (Cross Laminated Timber), o LVL (Laminated Veneer Lumber) e o GLULAM (Glued Laminated Timber), cada um com características específicas de aplicação estrutural, estética e resistência.

Segundo o engenheiro civil e professor universitário Eduardo Tavares, a principal vantagem da madeira engenheirada está em sua performance estrutural: “Ela permite vencer grandes vãos com peças pré-fabricadas, reduzindo tempo de obra e geração de resíduos. Além disso, possui uma relação peso/resistência superior à do concreto armado”, aponta.
Sustentabilidade na prática
Além de técnica, a madeira engenheirada carrega um forte apelo ecológico. Por ser produzida a partir de madeira de reflorestamento, ela contribui para o sequestro de carbono e reduz a dependência de materiais mais poluentes, como o aço e o concreto. Outro ponto a favor é a industrialização dos componentes, que permite maior controle da origem da matéria-prima e redução significativa de desperdícios.
A arquiteta Marina Macedo, especialista em construções sustentáveis, destaca que o uso da madeira engenheirada está diretamente alinhado às diretrizes de construção verde e certificações internacionais, como o LEED: “É uma solução que respeita os recursos naturais e ainda traz conforto térmico, acústico e beleza aos espaços”, comenta.
Do conceito à prática: a madeira engenheirada no Planetário do Parque da Ciência
A escolha da madeira engenheirada para compor elementos estruturais e arquitetônicos do novo Planetário do Parque da Ciência Newton Freire Maia é um exemplo concreto de como essa tecnologia pode transformar a experiência dos visitantes. Além de valorizar o entorno natural, o uso da madeira projeta a construção para o futuro, com uma linguagem contemporânea que dialoga com a ciência, a inovação e o meio ambiente.

A obra, que faz parte de uma revitalização completa do parque, terá parte de sua estrutura em painéis de CLT, com grandes vãos livres e cobertura curva, explorando a leveza e plasticidade que a madeira permite. Tudo isso com precisão milimétrica e rapidez de montagem, já que os elementos chegam prontos ao canteiro de obras.
Mais do que um recurso estético, o material colabora para a eficiência energética do edifício, mantendo a temperatura mais estável e reduzindo o consumo de climatização. O Planetário será um espaço educativo e sensorial, e o uso de madeira engenheirada reforça essa vocação, conectando os visitantes com a natureza por meio da arquitetura.
Uma solução que une passado e futuro
Se por um lado a madeira remete à tradição e à ancestralidade das construções humanas, por outro, a versão engenheirada desse material aponta para o futuro. Combinando tecnologia, sustentabilidade e liberdade criativa, ela já está presente em museus, escolas, centros culturais e agora, também, no setor público brasileiro.
O avanço da madeira engenheirada representa não apenas uma tendência construtiva, mas uma mudança de mentalidade. Ela mostra que é possível edificar com mais responsabilidade, respeitando os recursos naturais e criando espaços que dialogam com o meio e com as pessoas.
Em obras emblemáticas como o novo Planetário de Pinhais, esse conceito se materializa em forma, função e consciência — provando que arquitetura e natureza podem, sim, andar lado a lado.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Enfeite Decora. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em arquitetura, design de interiores e paisagismo, me dedico a trazer as melhores inspirações e informações para transformar ambientes.
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